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Culpa materna

“Nasce uma mãe, nasce uma culpa.” Quem já ouviu essa frase?
Você já se perguntou porque nunca ouvimos falar em culpa paterna?
Isso porque ninguém julga o pai que sai com os amigos e deixa a criança com a mãe. Porque o abandono paterno é naturalizado. Porque o pai não é ensinado a priorizar seu filho ao invés do trabalho. Não é cobrado para alcançar um ideal de pai nem se fala em instinto paterno.
Winnicott (psicanalista inglês) nos disse que uma mãe deve ser suficientemente boa. Não ideal, suficiente.
Ser ideal, para o bebê, é devastador.
Uma mãe precisa ser também uma mulher que tem desejos para além da maternidade. Desejando outras coisas, ela libera o filho para desejar também, instaurando nele a falta necessária para se tornar um ser de desejo. Se ele não é objeto de satisfação total da mãe, o que lhe falta? É aí que ele cai no mundo para buscar!
É desejando para além do filho que a mãe o liberta de um amor devorador. É assim que ela escapa de sufocar o filho com sua presença e, mais tarde, ser sufocada com a ausência dele na adultez, quando ele vai construir a própria vida.
É se livrando do ideal que ela pode ser suficiente.
É não deixando de ser mulher que ela pode ser uma boa mãe.
Por isso, o melhor que podemos proporcionar a uma mãe é menos cobranças e comparações, menos exigências da ordem do ideal e mais soluções da ordem do possível. Um olhar mais real sobre uma mãe que tambḿ é uma mulher e quer apenas o direito de ser… humana!
Escrito por:
Fernanda Soibleman Kilinski

CRP: 07-19871 - Porto Alegre - RS

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